Por Ana Lucia Santana
Os conflitos entre Israel e Palestina
nasceram em tempos remotos, pois se enraízam nos ancestrais confrontos
entre árabes e israelenses. Mas os embates entre estes povos, que detêm a
mesma origem étnica, recrudesceram no final do século XIX, quando o
povo judeu, cansado do exílio, passou a expressar o desejo de retornar
para sua antiga pátria, então habitada em grande parte pelos palestinos,
embora sob o domínio dos otomanos. O ideal judaico de retorno á terra
natal de seus antepassados é conhecido como Sionismo, vigente desde
1897, estimulado pela Declaração de Balfour, iniciativa britânica, que
dá aos judeus aquilo que até então eles não tinham, direitos políticos
próprios de um povo. Neste momento, vários colonos judeus começaram a
partir na direção da terra prometida.
Com a queda do Império Otomano,
a Inglaterra transforma a região em colônia britânica, instituindo um
protetorado - apoio dado por uma nação a outra menos poderosa - na
região pleiteada tanto por palestinos quanto por israelenses, o qual se
estendeu de 1918 até 1939. Depois do início da Segunda Guerra Mundial, com a perseguição do Nazismo
aos judeus, os problemas se agravaram, pois mais que nunca eles
desejavam retornar à Palestina, há muito tempo consagrada como um
território árabe.
O principal confronto entre palestinos e israelitas se dá em torno da
soberania e do poder sobre terras que envolvem complexas e antigas
questões históricas, religiosas e culturais. Tanto árabes quanto judeus
reivindicam a posse de territórios nos quais se encontram seus
monumentos mais sagrados. A ONU ofereceu aos dois lados a possibilidade
de dividir a região entre palestinos e israelenses; estes deteriam 55%
da área, 60% composta pelo deserto do Neguev. A Palestina resistiu e se
recusou a aceitar a presença de um povo não árabe neste território.
Com a saída dos ingleses das terras ocupadas, a situação se
complicou, pois os judeus anunciaram a criação do Estado de Israel.
Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque se mobilizaram e deflagraram intenso ataque contra os israelenses, em busca de terras. Assim, o Egito conquista a Faixa de Gaza,
enquanto a Jordânia obtém a área composta pela Cisjordânia e por
Jerusalém Oriental. Como conseqüência desta disputa, os palestinos são
desprovidos de qualquer espaço nesta região.
A OLP – Organização para Libertação da Palestina –, organização
política e armada, voltada para a luta pela criação de um Estado
Palestino livre, é criada em 1964. Logo depois, em 1967, os egípcios
passam a impedir a passagem de navios israelenses e começam a ameaçar as
fronteiras de Israel localizadas na península do Sinai, enquanto
Jordânia e Síria posicionam seus soldados igualmente nas regiões
fronteiriças israelenses. Antes de ser atacado, o povo israelita dá
início à Guerra dos Seis Dias, da qual sai vitorioso, conquistando partes da Faixa de Gaza, do Monte Sinai, das Colinas de Golã,
da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Em 1982, obedecendo a um acordo
com o Egito, assinado em 1979, os israelenses deixam o Sinai.
Em 1973, outra guerra se instaura entre Egito e Síria, à frente de outros países árabes, e Israel, o Yom Kippur,
assim denominada por ter se iniciado justamente nas comemorações deste
feriado, um dos mais importantes dos judeus, com um ataque surpresa dos
adversários. Este embate provoca no Ocidente uma grande crise econômica,
pois os árabes boicotam o envio de petróleo para os países que apóiam
Israel, mas apesar de tudo os israelenses saem vitoriosos, com acordos
estabelecidos em Camp David, território norte-americano. O Egito é o
primeiro povo árabe a assinar um tratado de paz
com Israel, sob os governos do egípcio Anuar Sadat e do primeiro
ministro israelense Menahen Begin. Em conseqüência deste ato, o país é
expulso da Liga Árabe.
Mas a paz não dura muito. Em 1982 Israel ataca o Líbano, com o
suposto objetivo de cessar as investidas terroristas que seriam
empreendidas pela OLP a partir de bases localizadas neste país. Cinco
anos depois ocorre a primeira Intifada
– sublevação popular assinalada pela utilização de armas rudimentares,
como paus e pedras, atirados contra os judeus; mas ela não se resumia só
a essas investidas, englobava também vários atentados sérios contra os
israelenses. Finalmente, em 1988, o Conselho Palestino rejeita a
Intifada e aceita a Partilha proposta pela ONU.
No ano de 1993, através do Acordo de Paz de Oslo, criou-se a
Autoridade Palestina, liderada pelo célebre Yasser Arafat. Os
palestinos, porém, continuaram descumprindo as cláusulas do tratado por
eles firmado, pois a questão principal, referente a Jerusalém, se mantém
em aberto, enquanto os israelenses, mesmo dispostos a abandonar várias
partes dos territórios ocupados em Gaza e na Cisjordânia, preservam
neles alguns assentamentos judaicos. Por outro lado, não cessam os
atentados palestinos.
Uma nova Intifada é organizada a partir de 2000. Um ano depois Ariel
Sharon é elevado ao cargo de primeiro-ministro de Israel, invade
novamente terras palestinas e começa a edificar uma cerca na Cisjordânia
para evitar novos atentados de homens-bombas. Em 2004 morre Yasser
Arafat, substituído então por Mahmud Abbas, ao mesmo tempo em que
israelenses recuam e eliminam encraves judaicos nos territórios
ocupados. O terror, porém, continua a agir. Em 2006 ocorre um novo
retrocesso com a ascensão do Hamas,
grupo de fundamentalistas que se recusa a aceitar o Estado de Israel,
ao Parlamento Palestino. Qualquer tentativa de negociação da paz se
torna inviável.
As chances do nascimento de um Estado Palestino eram crescentes, mas com a eleição do Hamas, não reconhecido
pela comunidade internacional, tudo se complica e as possibilidades de
paz se reduzem. Neste momento, por conta de confrontos internos entre os
palestinos, eles perdem a maior oportunidade de garantir a soberania
sobre o território reivindicado, pois há uma nova escalada do terror. Em
2006 também ocorre o afastamento de Ariel Sharon, atingido por um
derrame cerebral que o deixa em coma. Ele é então substituído
temporariamente por Ehud Olmert, logo depois consolidado no poder pela
vitória de seu partido nas eleições.
Atualmente, a maior parte dos palestinos e israelenses concordam que a
Cisjordânia e a faixa de Gaza devem constituir o Estado Palestino; e o
Hamas e o Fatah
uniram-se para a instauração de um governo de coalizão, à custa de
muito sangue palestino derramado, mas esse passo ainda não foi
suficiente para instalar a Palestina de volta nas mesas de negociação.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_israelo-palestino
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u105498.shtml
http://www.historiamais.com/israel_arabes.htm
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