quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Brasil as novas organizações Internacionais

Brasil : Organizações Internacionais : Mercosul : G-20

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    O Brasil e as Organizações Internacionais
           A Preferência Pelo Mercosul
     O Mercosul  é resultado da aproximação política e econômica entre Brasil e Argentina. O bloco econômico  possui ainda como membros o Uruguai e o Paraguai e, mais recentemente, a Venezuela. Chile e Bolívia são membros associados, participando apenas da zona de livre comércio.
      A crescente importância do Mercosul deve-se principalmente à liderança dos brasileiros, que acreditam ser o bloco econômico regional o principal instrumento de negociação política e econômica dos países da América do Sul no cenário mundial.
      A economia brasileira representa cerca de 60% do total do bloco e é três vezes maior que a da Argentina, a segunda mais importante. Em 1991, o comércio internacional entre os sócios fundadores  totalizava aproximadamente  4,5 bilhões de dólares por ano. Em 2000, ultrapassou 15,5 bilhões e, em 2007, a cifra aproximou-se da casa dos 29 bilhões de dólares anuais.
               O Brasil no Mercosul
      Foram necessários apenas dez anos para o Brasil se tornar o principal parceiro comercial de Argentina, Paraguai e Uruguai, superando os Estados Unidos e a União Européia.
      Os  comércios do Paraguai e do Uruguai são os que mais dependem do Mercosul e, principalmente, das relações comerciais com o Brasil.
      Cerca de 55% das exportações do Paraguai são destinadas ao bloco econômico, 40% das quais para o Brasil. Já no Uruguai, a porcentagem de exportações é de 40% para o Mercosul, sendo 35% para o Brasil.
       A Argentina é um pouco menos dependente do Mercosul e do Brasil, sendo 35% de suas exportações destinadas ao bloco, 25% das quais à potência vizinha.
        O crescente sucesso do Mercosul aponta para uma mudança definitiva nas relações entre o Brasil e seus vizinhos na América do Sul. O Brasil parece ter obtido o reconhecimento de sua condição de potência regional e está disposto a promover e a liderar uma maior integração entre todos os países sul-americanos.
                O Brasil e a Alca
      Um dos grandes desafios para a política externa brasileira, nesse início de século XXI tem sido resistir, de forma ponderada e diplomática, aos desejos dos estadunidenses de criar a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). A implantação, prevista para 2005, foi na época adiada para 2007 em decorrência da atuação do Brasil, e as negociações estão paralisadas.
      Para os Estados Unidos, que lideram as relações comerciais, as vantagens da criação da Alca são muitas: eles abririam as portas para um mercado gigantesco, com cerca de 800 milhões de consumidores, aumentando suas exportações  importando mercadorias que não produzem em quantidade suficientes – como algumas matérias-primas e alimentos – por preços bem menores.
     Os representantes do Brasil, porém, receiam que as economias dos países latino-americanos se tornem reféns da poderosa economia estadunidense. Isso significaria mantê-las como meras exportadoras de produtos primários e importadoras de bens industrializados e de tecnologia.
     De acordo com os negociadores brasileiros, a Alca poderia ainda prejudicar as exportações de produtos industrializados dos latino-americanos, como o próprio Brasil, a Argentina, o Chile, a Venezuela e o México, para alguns países da Europa e da Ásia.    
      Esses mercados interessam mais ao Mercosul, por exemplo, que aos Estados Unidos, pois os países europeus e asiáticos não são compradores somente de produtos primários – como é o caso dos Estados Unidos.
              A Liderança Brasileira
     Na liderança, o Brasil pretende unir os países latino-americanos, em uma negociação conjunta com os Estados Unidos para a implantação da Alca. O objetivo é que a organização continental favoreça o desenvolvimento econômico e social da América Latina, e não submeta a região aos interesses econômicos da superpotência mundial.
    Embora os Estados Unidos considerem o Brasil uma peça-chave no novo bloco, já se cogitou a idéia de criar a Alca mesmo sem a adesão brasileira, em razão das dificuldades nas negociações. Se isso acontecesse, o Brasil sofreria um certo isolamento político, econômico e diplomático.
 
             O Brasil e a ONU
    País-membro da ONU desde sua criação, em 1945, o Brasil tem participado das conferências mundiais que abordam problemas globais e propõe soluções.
    Em 1992, a cidade do Rio de Janeiro foi a sede da Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente.  Entre as diversas propostas da Rio-92  -  como a conferência ficou conhecida -, destaca-se a Agenda 21, um conjunto de ações ambientais e sociais que visam ao uso racional dos recursos naturais e ao desenvolvimento sustentável, considerando-se as necessidades das futuras gerações.
     Em 2004 foi realizada na cidade de São Paulo a 11ª reunião da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), com a presença de chefes de Estado e representantes de diferentes nações. A proposta era discutir metas de desenvolvimento e integração ao comércio internacional.
               O Brasil e As Missões de Paz
      Com a intenção de manter a paz entre as nações, a ONU envia tropas e missões a locais de conflitos.  Nos últimos anos, o exército do Brasil tem participado ativamente dessas ações. Em 1999, foram enviadas tropas brasileiras ao Timor Leste, na Ásia, para garantir a independência do país. Desde 2004, o Brasil lidera as forças de paz da ONU,   no Haiti.
      Mediante essas ações  no Haiti, o governo brasileiro tem feito esforços para a criação de mais vagas permanentes no Conselho de Segurança da ONU. Com o objetivo de conquistar uma vaga permanente, o Brasil busca o apoio político de países subdsenvolvidos, mantendo estreitas relações diplomáticas com potências regionais, como a Índia, na Ásia, e a África,  países que também desejam vagas permanentes no Conselho de Segurança.
                O Brasil e o G-20
      Com a liderança consolidada na América do Sul, a política externa brasileira se volta para alcançar mais espaço político e econômico para o Brasil no cenário mundial. A estratégia adotada é a aproximação com os países subdesenvolvidos. Em setembro de 2003, por exemplo, a reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio) em Cancun, no México, o Brasil liderou o grupo de países intitulado G-20, que pressionou os países ricos para impedi-los de impor seus interesses comerciais aos mais pobres.
      A ação do G-20 levou a reunião da OMC a um impasse. Nenhuma nova regra comercial foi votada, e os países subdesenvolvidos conseguiram, pelo menos, demonstrar maior organização e união. O G-20 se constitui em uma nova forma de representação em bloco, baseada na parceria e na cooperação.
                     Os Interesses Brasileiros e o G-3
      Nos últimos anos, os representantes do Brasil têm procurado ampliar as relações diplomáticas e econômicas com alguns países do G-20. As mais importantes aproximações ocorreram com a Índia e a África do Sul, levando à criação do G-3.
     Os três países desse grupo possuem muitos interesses comuns. Entre eles, como vimos, está o de ocupar as futuras vagas permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
    Com a Índia, além da parceria diplomática, vêm sendo realizadas parcerias principalmente na área aeroespacial e nuclear. Entre o Brasil e esse país são desenvolvidos importantes programas de cooperação científica e tecnológica, com grande intercâmbio de pesquisadores e técnicos. A aproximação com a África do Sul é mais recente. Os dois países buscam oportunidades para ampliar suas relações comerciais. Em 2000, chegou a ser cogitada a possibilidade de os sul-africanos ingressarem no Mercosul, mas as negociações não evoluíram. 
   Outro país do G-20 que interessa muito aos governantes do Brasil é a China, que tem o maior mercado consumidor do mundo. Desde a década de 1970, quando as relações diplomáticas entre os dois países foram retomadas, estabeleceram-se diversos acordos comerciais e programas de cooperação, com destaque para os setores agropecuário, de produção e de lançamentos de satélites. Os chineses são os maiores compradores de soja brasileira e usam a Base Espacial de Acântara, no Maranhão, para efetuar lançamentos de satélites e foguetes. 




Figura : Encontro Ministerial do G-20, Brasília (DF, 2003). Sob a liderança do Brasil, o G-20 impediu que os países ricos votassem regras comerciais prejudiciais aos países pobres na reunião da OMC em 2003. 


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Outras organizações

Abaixo, algumas das mais relevantes organizações internacionais:

ONU - Organização das Nações Unidas

Foi criada pelos países vencedores da 2ª Guerra Mundial e tem como principal objetivo manter a paz e a segurança internacionais. Proíbe o uso unilateral da força, prevendo contudo sua utilização - individual ou coletiva - para defender o interesse comum dos seus países-membros. Seu principal objetivo é manter a segurança internacional e pode intervir nos conflitos não só para restaurar a paz, mas também para prevenir possíveis enfrentamentos. Também incentiva as relações amistosas entre seus membros e a cooperação internacional.
UNESCO - Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura
Foi criada em 1945 pela Conferência de Londres e tem como objetivo contribuir para a paz através da educação, da ciência e da cultura. Visa eliminar o analfabetismo e melhorar o ensino básico, além de promover publicações de livros e revistas, e realizar debates científicos. Desde 1960, atua também na preservação e restauração de espaços de valor cultural e histórico.

OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

É um fórum internacional que articula políticas públicas entre os países mais ricos do mundo. Fundada em 1961, substituiu a Organização Europeia para a Cooperação Econômica, criada em 1948, no quadro do Plano Marshall. Sua ação, além do terreno econômico, abrange a área das políticas sociais de educação, saúde, emprego e renda.

OMS - Organização Mundial da Saúde

É uma agência especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à ONU. Sua sede é em Genebra, na Suíça. Tem como objetivo principal o alcance do maior grau possível de saúde por todos os povos. Para tanto, elabora estudos sobre combate de epidemias, além de normas internacionais para produtos alimentícios e farmacêuticos. Também coordena questões sanitárias internacionais e tenta conseguir avanços nas áreas de nutrição, higiene, habitação, saneamento básico, etc.

OEA - Organização dos Estados Americanos

Criada em 1948, com sede em Washington (EUA), seus membros são as 35 nações independentes do continente americano. Seu objetivo é o de fortalecer a cooperação, garantir a paz e a segurança na América e promover a democracia.

OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte

Foi criada em 1949, no quadro da guerra fria, como uma aliança militar das potências ocidentais em oposição aos países do bloco socialista. Formada inicialmente por EUA, Canadá, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Reino Unido, a OTAN recebeu a adesão da Grécia e da Turquia (1952), da Alemanha (1955) e da Espanha (1982). Depois do fim da URSS, passou a ser uma organização de defesa dos países membros do Hemisfério norte, e não mais uma organização de defesa do capitalismo de quando foi criada.

BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento

Com o objetivo de conceder empréstimos aos países membros, o BIRD, também conhecido como Banco Mundial, oferece financiamento e assistência técnica aos países menos avançados, a fim de promover seu crescimento econômico. É formado por 185 países-membros e iniciou suas atividades auxiliando na reconstrução da Europa e da Ásia após a Segunda Guerra Mundial.

FMI - Fundo Monetário Internacional

Criado para promover a estabilidade monetária e financeira no mundo, oferece empréstimos a juros baixos para países em dificuldades financeiras. Em troca, exige desses países que se comprometam na perseguição de metas macroeconômicas, como equilíbrio fiscal, reforma tributária, desregulamentação, privatização e concentração de gastos públicos em educação, saúde e infraestrutura.

OMC - Organização Mundial do Comércio

Trata das regras do comércio entre as nações. Seus membros negociam e formulam acordos que, depois, são ratificados pelos parlamentos de cada um dos países-membros. Tem como objetivo desenvolver a produção e o comércio de bens e serviços entre países-membros, além de aumentar o nível de qualidade de vida nesses mesmos países.

OIT - Organização Internacional do Trabalho

Tem representação paritária de governos dos seus 182 Estados-membros e de organizações de empregadores e de trabalhadores. Com sede em Genebra, Suíça, a OIT possui uma rede de escritórios em todos os continentes. Busca congregar seus membros em torno dos seguintes objetivos comuns: pleno emprego, proteção no ambiente de trabalho, remuneração digna, formação profissional, aumento do nível de vida, possibilidade de negociação coletiva de contratos de trabalho, etc.

Blocos Econômicos e Organizações Internacionais

Blocos Econômicos e Organizações Internacionais

Mapa destacando os principais blocos econômicos do planeta
Mapa destacando os principais blocos econômicos do planeta
Os acordos internacionais têm como objetivo criar organismos que dinamizem as relações comerciais, sociais e políticas entre os países membros. Essas organizações estão presentes em todas as partes do planeta, atuando em forma de blocos econômicos, países que discutem a economia global, órgão que estabelece regras e acordos para o comércio internacional, grupo de nações que visa controlar a produção e venda de um determinado produto, etc.
Os blocos econômicos, por exemplo, são formados para reduzir e/ou eliminar as tarifas alfandegárias, intensificando, assim, a importação e exportação de produtos. Já a OEA (Organização dos Estados Americanos) visa garantir a paz e a segurança continental; a OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo), por sua vez, controla a produção e a exportação de petróleo.
Nessa seção, que disponibiliza textos sobre diferentes blocos econômicos e as mais variadas organizações internacionais, o leitor poderá se inteirar sobre a formação, as características, atuação, entre outros elementos referentes ao assunto.
Entre os artigos disponibilizados estão:
UE – União Europeia.
ALCA – Área de Livre Comércio das Américas.
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul.
NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte.
APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico.
CEI – Comunidade dos Estados Independentes.
OMC – Organização Mundial do Comércio.
OEA – Organização dos Estados Americanos.
OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
 
Artigos de "Blocos Econômicos e Organizações Internacionais"

Guerra Biológica

guerra biológica ocorre quando são usadas toxinas biológicas ou agentes infecciosos, como bactérias, vírus ou fungos, com o intuito de incapacitar ou matar seres humanos, animais ou plantas. Armas biológicas (ou bio-armas) são organismos vivos ou replicados, à partir de vírus que se reproduzem, ou se replicam, dentro das vítimas hospedeiras. O uso de insetos também é considerado um ato de guerra biológica.
guerra biologicaEssas armas podem ser empregadas de várias maneiras para a obtenção de vantagens técnicas ou estratégicas sobre um adversário, tanto como ameaça quanto como o seu uso de fato. Assim como algumas armas químicas, as armas biológicas também podem ser usadas como uma forma de se evitar o progresso de inimigos sobre uma grande porção de terra. Esses agentes biológicos podem ser não-letais quanto letais, e podem ser direcionados contra um único indivíduo, a um grupo de pessoas, ou até mesmo contra uma população inteira. Quando armas biológicas são usadas por grupos independentes, é um caso de bioterrorismo.
As ações militares biológicas, assim como a produção em massa, estocagem e uso de armas bio-armas, foram proibidas em 1972, pela Convenção de Armas Biológicas. A lógica por trás desse tratado, que foi assinado e acordado por 165 países, é evitar que um ataque biológico fosse realizado, o que poderia consequentemente resultar num número inimaginável de vítimas civis, o que também causaria uma ruptura massiva nos sistemas econômicos e na infraestrutura social. Muitos países, inclusive os que assinaram o tratado, buscam formas de se protegerem contra um possível ataque com armas biológicas.
Taticamente, as armas biológicas têm dois problemas primordiais. O primeiro é o fato dos agentes biológicos precisarem de um período até que seus hospedeiros possam sofrer com a sua presença, o que não evitaria o avanço inimigo tão rápido quanto se desejaria numa área de conflito. Além disso, não é possível conter os agentes biológicos a afligir apenas os alvos, pois eles podem facilmente ser transmitidos para civis, podendo ser levados por seus hospedeiros para qualquer parte do mundo Em termos de poder de destruição, armas biológicas são consideradas mais destrutivas que as nucleares, as químicas e, claro, as convencionais, seja pelo seu preço inferior de produção e estocagem ou pela sua propriedade contagiosa.

História

Através dos tempos, formas rudimentares de armas biológicas têm sido usadas de alguma forma. Muitos desses exemplos vêm até mesmo da antiguidade. Durante o século VI a.C., os Assírios envenenaram fontes de água inimigas com fungos que provocavam delírios naqueles que o ingeriam. Em 184 a.C, Aníbal de Cartago ordenou que potes com cobras venenosas fossem jogados nos decks de navios pergameses.
Registros históricos detalham o uso de carcaças infectadas de animais mortos sendo usadas em fontes de água. Em 1346, os corpos de guerreiros mongóis da Horda de Ouro, que haviam morrido de praga, foram jogados por cima das muralhas da cidade sitiada de Caffa. Muitos estudiosos suspeitam desse ato ter desencadeado uma série de infecções contagiosas que acabaria por desencadear a Peste Negra na Europa. Suspeita-se, também, que os povos nativos americanos tenham sido infectados com o uso de agentes biológicos pelos colonizadores europeus.
Mais recentemente, durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão iniciou um massivo desenvolvimento de armas biológicas, chegando a usar civis chineses como cobaias. Apesar dos testes terem sido um fracasso e acabando por ser descontinuados, estima-se que os japoneses infectaram aproximadamente 600 mil indivíduos chineses.
Pesquisas importantes no ramo da guerra biológica foram feitas durante o período da Guerra Fria, pelos americanos, russos e, muito provavelmente, por outras grandes nações, apesar de tais armas nunca terem sido de fato usadas. A despeito dessa afirmação, a China e Coréia do Norte chegaram a acusar os Estados Unidos de realizarem enormes testes de campo durante a Guerra da Coréia (de 1950 a 1953), mas essa acusação nunca foi comprovada. Desde 1969, as leis americanas impedem o uso de armas biológicas, sob qualquer circunstância. Em 1972 foi assinada a Convenção das Armas Biológicas, quando, transparentemente, americanos e russos destruíram seus estoques de bio-armas. Hoje, suspeita-se que 9 países ainda possuem um arsenal biológico, entre eles estão Rússia, o Irã, a Síria e a Coréia do Norte.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

FUSO HORÁRIO

Os fusos horários foram criados por meio de uma reunião de 24 países, em 1884, na cidade de Washington. Nessa ocasião, estabeleceram-se 24 fusos de uma hora, tendo como referência o tempo em que o planeta Terra leva para dar uma volta completa em torno do seu próprio eixo, aproximadamente 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos). Nesse sentido, a partir da divisão da circunferência da Terra (360°) por 24, obtém-se a medida de cada fuso horário: 15°.
O Meridiano de Greenwich é o marco inicial (0°). Conforme se desloca para leste ou oeste de Greenwich, os fusos são alterados. Partindo do princípio de que a Terra gira de oeste para leste, os fusos a leste de Greenwich têm as horas adiantadas (+). Já os fusos situados a oeste têm as horas atrasadas (-) em relação à hora de Greenwich.
O Brasil apresenta grande extensão territorial. No sentido leste-oeste, o país possui 4.319,4 quilômetros, fato que proporciona a existência de quatro fusos horários distintos no Brasil.
Durante muitos anos, o país adotou esses quatro fusos diferentes, entretanto, em 2008, foi aprovada, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma lei proposta pelo senador Tião Viana (PT – AC) para reduzir um fuso horário na região Norte. Nesse sentido, o extremo oeste do território brasileiro (localizado a -75° Oeste do Meridiano de Greenwich) teve seu horário adiantado em uma hora, estabelecendo o mesmo horário do fuso -60°. Essa medida teve como principal objetivo adequar os horários dos programas televisivos exibidos em rede nacional.
Veja como era e como ficou o fuso horário do Brasil em relação ao horário de Brasília.

A alteração no fuso horário brasileiro
Portanto, os estados brasileiros seguem os seguintes horários de acordo com o novo fuso:

Fernando de Noronha (PE): - 2 horas em relação ao Meridiano de Greenwich;

Estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Amapá e Pará: - 3 horas em relação ao Meridiano de Greenwich;

Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Roraima e Acre: - 4 horas em relação ao Meridiano de Greenwich.
 
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O Mist é um grupo de economias que se notabiliza por altas taxas de crescimento, disciplina fiscal e monetária e constante promoção do ambiente de negócios
O termo Brics – sigla que se refere ao grupo de países em desenvolvimento composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, que por uma década foi pronunciado à exaustão como promessa de crescimento e retorno aos investidores, está a um passo de ter um concorrente. O motivo é a ascensão de outro time de emergentes que atende pelo apelido de Mist: México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia (). Esses países crescem mais, passaram nos últimos anos por turbulências econômicas menos profundas e possuem menos burocracia. Em suma, são hoje vistos como um novo oásis num mercado frustrado por perdas na Europa, nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil e na China. Jim O'Neill, presidente do Goldman Sachs Asset Management (GSAM) e criador da alcunha Brics, é considerado o autor, mesmo que involuntariamente, da nova sigla. "Muitos pensam que criei esse acrônimo, mas ele nasceu do fato de eu ter definido, cerca de quinze meses atrás, onze novos países como economias promissoras. Como, do grupo de onze, os quatro são os que mais se destacaram, jornais disseram que havia criado o conceito de Mist. Achei engraçado", disse em entrevista ao site de VEJA.

Mist: as novas potências que hoje ofuscam os Brics

Desaceleração dos BRICS abre espaço para um novo grupo de promessas econômicas formado por México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia

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México: junto com os EUA na dor e na sorte

Maquinista trabalha na montagem de uma turbina em Tijuana, México A dependência econômica do México em relação a seu vizinho, os Estados Unidos, foi sua maior dor nos últimos anos, mas também sua maior sorte. Após quatro anos sombrios, a economia americana dá sinais cada vez mais claros de recuperação – e o México se beneficia quiçá mais dessa nova realidade que os próprios americanos.
Enquanto a expectativa para a expansão do PIB dos EUA em 2012 é de 2%, o México deverá crescer 4%. O país também colhe os frutos de investimentos em infraestrutura e privatizações feitas na década de 1990. Ainda que controversas – já que, em alguns casos, criaram verdadeiros oligopólios, como no setor de telecomunicações –, as privatizações propiciaram ao país um ambiente de crescimento menos atravancado que o do Brasil. Além disso, a própria influência da Casa Branca faz com que o governo mexicano interfira pouco na economia do país, o que proporciona um ambiente de estabilidade aos investidores. A taxa de juros no México permanece inalterada em 4% ao ano desde 2008.
Contudo, o principal ativo mexicano é hoje justamente a conjuntura econômica chinesa. Com a valorização do yuan e o aumento dos custos trabalhistas, a China está deixando de ser o país mais barato para se produzir, sobretudo para os EUA – seu maior parceiro de manufatura. "O México sofreu um baque quando a China se tornou o maior exportador para os Estados Unidos. Agora que a China não está mais tão barata assim, o México vai se beneficiar", diz Jim O'Neill, ao explicar porque o país latinoamericano é seu "MIST" preferido. O fácil acesso ao mercado interno dos EUA e a proximidade geográfica fazem do México uma nação mais atrativa aos negócios do que o Brasil, diz a Economist Intelligence Unit (EIU).
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O'Neill – que não utiliza mais o termo “economias emergentes” para se referir aos BRICS por achar que elas "já emergiram" – criou o grupo dos onze incluindo nações que, anos atrás, não seriam nem lembradas como promessas de ganho aos investidores. Além do Mist, o economista escolheu Bangladesh, Egito, Irã, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Vietnã como mercados que, juntamente com os BRICS, se tornariam as maiores economias do século XXI. De acordo com as estimativas do executivo, Brics e Mist terão juntos um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 12 trilhões de dólares ao fim desta década em termos reais – dois terços provenientes dos Brics e um terço do total vindo da China. “Os Brics são muito importantes e ainda não se pode compará-los com os MIST”, afirma O’Neill.
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Comparações à parte, a expansão econômica de México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia é inegável, enquanto o mundo desenvolvido agoniza em recessão ou estagnação econômica, e muitos emergentes veem seu dinamismo se esvair claramente. “Os países do MIST estão ganhando visibilidade por causa da desaceleração dos Brics. Brasil, Índia e China estão experimentando taxas de crescimento abaixo do previsto neste ano, não apenas devido ao ciclo econômico, mas também porque tomaram medidas que não foram tão bem recebidas pelos mercados”, afirma Christopher Garman, diretor de estratégia de mercados emergentes da Eurasia Group. No caso do Brasil, em particular, ele diz que o investidor está pessimista, sobretudo, com o baixo crescimento – que deve encerrar o ano em 1,75% segundo previsões do mercado financeiro. Contudo, ele lembra que os mesmos investidores avaliam que os esforços da presidente Dilma Rousseff para estimular o PIB – tais como os pacotes que têm sido anunciados e as medidas para ajudar a indústria – mostram uma “luz no fim do túnel”.
 
Ciclos – O surgimento de levas de países que dão um salto rumo ao desenvolvimento não é fato isolado na história da economia global. Os Estados Unidos e o Japão, por exemplo, já foram nações emergentes que surpreenderam o mundo com seu vigor. Olhar para além dos Brics pode ser considerado, portanto, algo natural. “Muitos investidores começam a olhar para histórias de crescimento fora dos BRICS, e alguns fundos estão apostando em países do segundo escalão dos emergentes”, conta Garman. “O Mist reúne essencialmente os maiores países depois dos Brics”, completa. Apesar de economistas e investidores falarem dessa seleção de países há dois anos, tal predileção ganhou adeptos nos últimos meses por conta do agravamento da crise financeira europeia e seu impacto nos emergentes dos Brics – com destaque para o vexame brasileiro.


Ambiente de negócio – Além do fato de serem países em desenvolvimento com economias fortes – todos fazem parte do G20, o grupo das vinte maiores economias do planeta –, as principais características que unem os Mist são mercado consumidor atrativo e o fato de estarem melhorando constantemente seu ambiente de negócios. “Isso faz com que investidores os vejam como lugares para se investir no longo prazo, inserindo-os em um portfólio global diversificado”, diz a analista da Economist Intelligence Unit (EIU), Justine Thody.
É inegável, porém, a atração que exercem dados que comprovam pujança econômica sobre estrategistas e investidores globais. México e Indonésia, por exemplo, cresceram, respectivamente, 4,1% e 6,4% no segundo trimestre deste ano na comparação com igual período de 2011 – contra míseros 0,8% do Brasil. O mais impressionante, na visão do mercado, é que tais números se apresentem num momento em que o mundo patina e grande parte dos países revisa para baixo suas previsões para o PIB.
Disciplina macroeconômica – Alfredo Coutiño, diretor da Moody’s Analytics para a América Latina, explica que essa expansão “fora da curva” é resultado basicamente da disciplina macroeconômica (fiscal e monetária) dos governos do MIST, além da constante promoção dos negócios com melhoria da regulação, oferta de segurança jurídica e abertura ao mercado internacional. “O ponto em comum entre os quatro é que eles são gerenciados por equipes econômicas com filosofia pró-mercado, o que dá segurança e deixa os investidores felizes”, afirma.
Ressalvas – Mesmo com a popularização recente, o novo elenco enfrenta certa resistência por parte de alguns economistas.  Alguns acreditam que Brasil, China e Índia logo recuperarão o fôlego e retomarão o centro das atenções. Outros apontam que os fundamentos que sustentam esse crescimento vultoso do Mist são temporários. Coutiño destaca que, ainda que México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia suportem elevadas taxas de ampliação do PIB por vários anos, seu conjunto é ainda pequeno para substituir o papel dos BRICS como locomotivas da economia internacional. Somente o Produto Interno Bruto somado de Brasil, Rússia, Índia e China é quase quatro vezes maior que o do MIST: 13,5 trilhões de dólares contra 3,9 trilhões de dólares (
quadro comparativo dos BRICS e dos 'MIST'