segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Perguntas para entender o conflito de israelense e palestinos

10 perguntas para entender o conflito entre israelenses e palestinos


Tanque israelense próximo à fronteira da Faixa de Gaza (foto: Epa)
Um mês após o início da guerra na Faixa de Gaza, israelenses e palestinos vivem período de trégua
Israel anunciou a retomada dos ataques aéreos a Gaza, após militantes palestinos terem disparados foguetes contra o território israelense após o final de um período de 72 horas de cessar-fogo, encerrado na manhã desta sexta-feira.
O Exército israelense classificou os ataques como "inaceitáveis, intoleráveis e míopes". O grupo militante palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, havia rejeitado a extensão do cessar-fogo, alegando que Israel não atendeu suas demandas.
O atual conflito na Faixa de Gaza já dura um mês, sem perspectivas de um acordo de longo prazo que coloque fim à violência que já matou mais de 1.900 pessoas, a maioria civis.
As cicatrizes do confronto são visíveis, principalmente na Faixa de Gaza. De acordo com a ONU, cerca de 373 mil crianças irão necessitar de apoio psicossocial. Aproximadamente 485 mil pessoas foram deslocadas para abrigos de emergência ou casas de outras famílias palestinas.
Além disso, 1,5 milhão de pessoas que não vivem em abrigos estão sem acesso a água potável.
Mas para compreender o conflito israelense-palestino é preciso olhar além dos números.

-O movimento sionista, que procurava criar um Estado para os judeus, ganhou força no início do século 20, incentivado pelo antissemitismo sofrido por judeus na Europa.
-A região da Palestina, entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, considerada sagrada para muçulmanos, judeus e católicos, pertencia ao Império Otomano naquele tempo e era ocupada, principalmente, por muçulmanos e outras comunidades árabes. Mas uma forte imigração judaica, alimentada por aspirações sionistas, começou a gerar resistência entre as comunidades locais. Após a desintegração do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido recebeu um mandato da Liga das Nações para administrar o território da Palestina.
-Mas, antes e durante a guerra, os britânicos fizeram várias promessas para os árabes e os judeus que não se cumpririam, entre outras razões, porque eles já tinham dividido o Oriente Médio com a França. Isso provocou um clima de tensão entre árabes e nacionalistas sionistas que acabou em confrontos entre grupos paramilitares judeus e árabes. Após a Segunda Guerra Mundial e depois do Holocausto, aumentou a pressão pelo estabelecimento de um Estado judeu. O plano original previa a partilha do território controlado pelos britânicos entre judeus e palestinos.
Após a fundação de Israel, em 14 de maio de 1948, a tensão deixou de ser local para se tornar questão regional. No dia seguinte, Egito, Jordânia, Síria e Iraque invadiram o território. Foi a primeira guerra árabe-israelense, também conhecida pelos judeus como a guerra de independência ou de libertação. Depois da guerra, o território originalmente planejado pela Organização das Nações Unidas para um Estado árabe foi reduzido pela metade.
-Para os palestinos, começava ali a nakba, palavra em árabe para "destruição" ou "catástrofe": 750 mil palestinos fugiram para países vizinhos ou foram expulsos pelas tropas israelenses.
-Mas 1948 não seria o último ano de confronto entre os dois povos. Em 1956, Israel enfrentou o Egito em uma crise motivada pelo Canal de Suez, mas o conflito foi definido fora do campo de batalha, com a confirmação pela ONU da soberania do Egito sobre o canal, após forte pressão internacional sobre Israel, França e Grã-Bretanha.-Em 1967, veio a batalha que mudaria definitivamente o cenário na região - a Guerra dos Seis Dias. Foi uma vitória esmagadora para Israel contra uma coalizão árabe. Após o conflito, Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito; a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da Jordânia; e as Colinas de Golã, da Síria. Meio milhão de palestinos fugiram. Israel e seus vizinhos voltaram a se enfrentar em 1973. A Guerra do Yom Kippur colocou Egito e Síria contra Israel numa tentativa dos árabes de recuperar os territórios ocupados em 1967.
Em 1979, o Egito se tornou o primeiro país árabe a chegar à paz com Israel, que desocupou a Península do Sinai. A Jordânia chegaria a um acordo de paz em 1994.

Conflitos entre Israel e Palestina

 Por Ana Lucia Santana
Os conflitos entre Israel e Palestina nasceram em tempos remotos, pois se enraízam nos ancestrais confrontos entre árabes e israelenses. Mas os embates entre estes povos, que detêm a mesma origem étnica, recrudesceram no final do século XIX, quando o povo judeu, cansado do exílio, passou a expressar o desejo de retornar para sua antiga pátria, então habitada em grande parte pelos palestinos, embora sob o domínio dos otomanos. O ideal judaico de retorno á terra natal de seus antepassados é conhecido como Sionismo, vigente desde 1897, estimulado pela Declaração de Balfour, iniciativa britânica, que dá aos judeus aquilo que até então eles não tinham, direitos políticos próprios de um povo. Neste momento, vários colonos judeus começaram a partir na direção da terra prometida.
Foto: Antony McAulay / Shutterstock.com
Foto: Antony McAulay / Shutterstock.com
Com a queda do Império Otomano, a Inglaterra transforma a região em colônia britânica, instituindo um protetorado - apoio dado por uma nação a outra menos poderosa - na região pleiteada tanto por palestinos quanto por israelenses, o qual se estendeu de 1918 até 1939. Depois do início da Segunda Guerra Mundial, com a perseguição do Nazismo aos judeus, os problemas se agravaram, pois mais que nunca eles desejavam retornar à Palestina, há muito tempo consagrada como um território árabe.
O principal confronto entre palestinos e israelitas se dá em torno da soberania e do poder sobre terras que envolvem complexas e antigas questões históricas, religiosas e culturais. Tanto árabes quanto judeus reivindicam a posse de territórios nos quais se encontram seus monumentos mais sagrados. A ONU ofereceu aos dois lados a possibilidade de dividir a região entre palestinos e israelenses; estes deteriam 55% da área, 60% composta pelo deserto do Neguev. A Palestina resistiu e se recusou a aceitar a presença de um povo não árabe neste território.
Com a saída dos ingleses das terras ocupadas, a situação se complicou, pois os judeus anunciaram a criação do Estado de Israel. Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque se mobilizaram e deflagraram intenso ataque contra os israelenses, em busca de terras. Assim, o Egito conquista a Faixa de Gaza, enquanto a Jordânia obtém a área composta pela Cisjordânia e por Jerusalém Oriental. Como conseqüência desta disputa, os palestinos são desprovidos de qualquer espaço nesta região.
A OLP – Organização para Libertação da Palestina –, organização política e armada, voltada para a luta pela criação de um Estado Palestino livre, é criada em 1964. Logo depois, em 1967, os egípcios passam a impedir a passagem de navios israelenses e começam a ameaçar as fronteiras de Israel localizadas na península do Sinai, enquanto Jordânia e Síria posicionam seus soldados igualmente nas regiões fronteiriças israelenses. Antes de ser atacado, o povo israelita dá início à Guerra dos Seis Dias, da qual sai vitorioso, conquistando partes da Faixa de Gaza, do Monte Sinai, das Colinas de Golã, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Em 1982, obedecendo a um acordo com o Egito, assinado em 1979, os israelenses deixam o Sinai.
Em 1973, outra guerra se instaura entre Egito e Síria, à frente de outros países árabes, e Israel, o Yom Kippur, assim denominada por ter se iniciado justamente nas comemorações deste feriado, um dos mais importantes dos judeus, com um ataque surpresa dos adversários. Este embate provoca no Ocidente uma grande crise econômica, pois os árabes boicotam o envio de petróleo para os países que apóiam Israel, mas apesar de tudo os israelenses saem vitoriosos, com acordos estabelecidos em Camp David, território norte-americano. O Egito é o primeiro povo árabe a assinar um tratado de paz com Israel, sob os governos do egípcio Anuar Sadat e do primeiro ministro israelense Menahen Begin. Em conseqüência deste ato, o país é expulso da Liga Árabe.
Mas a paz não dura muito. Em 1982 Israel ataca o Líbano, com o suposto objetivo de cessar as investidas terroristas que seriam empreendidas pela OLP a partir de bases localizadas neste país. Cinco anos depois ocorre a primeira Intifada – sublevação popular assinalada pela utilização de armas rudimentares, como paus e pedras, atirados contra os judeus; mas ela não se resumia só a essas investidas, englobava também vários atentados sérios contra os israelenses. Finalmente, em 1988, o Conselho Palestino rejeita a Intifada e aceita a Partilha proposta pela ONU.
No ano de 1993, através do Acordo de Paz de Oslo, criou-se a Autoridade Palestina, liderada pelo célebre Yasser Arafat. Os palestinos, porém, continuaram descumprindo as cláusulas do tratado por eles firmado, pois a questão principal, referente a Jerusalém, se mantém em aberto, enquanto os israelenses, mesmo dispostos a abandonar várias partes dos territórios ocupados em Gaza e na Cisjordânia, preservam neles alguns assentamentos judaicos. Por outro lado, não cessam os atentados palestinos.
Uma nova Intifada é organizada a partir de 2000. Um ano depois Ariel Sharon é elevado ao cargo de primeiro-ministro de Israel, invade novamente terras palestinas e começa a edificar uma cerca na Cisjordânia para evitar novos atentados de homens-bombas. Em 2004 morre Yasser Arafat, substituído então por Mahmud Abbas, ao mesmo tempo em que israelenses recuam e eliminam encraves judaicos nos territórios ocupados. O terror, porém, continua a agir. Em 2006 ocorre um novo retrocesso com a ascensão do Hamas, grupo de fundamentalistas que se recusa a aceitar o Estado de Israel, ao Parlamento Palestino. Qualquer tentativa de negociação da paz se torna inviável.
As chances do nascimento de um Estado Palestino eram crescentes, mas com a eleição do Hamas, não reconhecido pela comunidade internacional, tudo se complica e as possibilidades de paz se reduzem. Neste momento, por conta de confrontos internos entre os palestinos, eles perdem a maior oportunidade de garantir a soberania sobre o território reivindicado, pois há uma nova escalada do terror. Em 2006 também ocorre o afastamento de Ariel Sharon, atingido por um derrame cerebral que o deixa em coma. Ele é então substituído temporariamente por Ehud Olmert, logo depois consolidado no poder pela vitória de seu partido nas eleições.
Atualmente, a maior parte dos palestinos e israelenses concordam que a Cisjordânia e a faixa de Gaza devem constituir o Estado Palestino; e o Hamas e o Fatah uniram-se para a instauração de um governo de coalizão, à custa de muito sangue palestino derramado, mas esse passo ainda não foi suficiente para instalar a Palestina de volta nas mesas de negociação.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_israelo-palestino
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u105498.shtml
http://www.historiamais.com/israel_arabes.htm

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Copas nos Hemiférios SUl e NOrte

s copas no hemisfério sul e a copa de 2018

A 19ª Copa do Mundo de futebol, que começou no dia 13 de junho, é a segunda vez em que o evento esportivo ocorre no Brasil. Transmitidas pela televisão para quase todos os recantos do planeta, as Copas funcionam como vitrines para os países e cidades que as sediam. Os embates dentro das quatro linhas dos gramados duram apenas algumas horas: cada país despende o máximo de seus esforços para mostrar, no palco do mundo e diante dos turistas estrangeiros, seus atrativos naturais, históricos e culturais.

A Copa do Mundo sempre é disputada em junho e julho, meses que correspondem ao verão no hemisfério norte e ao inverno no hemisfério sul. Desde 1950, primeira Copa no Brasil, esta será a quinta vez que o certame será disputado no hemisfério sul. O Chile sediou o evento de 1962; a Argentina, o de 1978; a África do Sul, o de 2010.

Na Copa de 1950 estiveram envolvidas apenas 13 seleções. As cidades sedes foram Rio de Janeiro (à época, capital federal), São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Recife. Levando-se em conta que a aviação comercial ainda engatinhava, os aeroportos brasileiros eram acanhadíssimos e as estradas não existiam ou eram precárias, a logística de deslocamento das seleções só não foi mais complicada por conta do número reduzido de equipes participantes e do pequeno afluxo de turistas.

Na Copa do Chile, em 1962, os jogos se realizaram nas cidades de Santiago (a capital), Viña del Mar, Rancagua e Arica. As três primeiras cidades são bem próximas umas das outras, localizadas na região central do país, núcleo geoeconômico e demográfico do Chile. Já Arica, localizada no norte, dista cerca de 2 mil quilômetros das demais. Mas, como o número de seleções era de apenas 16, a logística de deslocamento não ficou muito comprometida. Por sorte, apesar de a região central chilena experimentar clima mediterrâneo, com chuvas concentradas no inverno, a maior parte dos jogos realizou-se sob sol e temperaturas amenas.

A Copa da Argentina, em 1978, contou também com a participação de 16 seleções. As cidades sedes foram Buenos Aires (a capital), Mar Del Plata, Rosário, Córdoba e Mendoza. As quatro primeiras são relativamente próximas e situam-se na região do Pampa a principal área geoeconômica do país. Mendoza, nos contrafortes dos Andes, junto à fronteira com o Chile, era a mais distante. A questão dos deslocamentos das equipes não foi muito complicada por conta do número de seleções disputantes e pela relativa proximidade das cidades. Nenhuma cidade do norte argentino ou da Patagônia, no sul, foi sede de jogos.

Depois de longo intervalo, em 2010, a Copa retornou ao hemisfério sul, realizando-se, pela primeira vez, na África. Desde a Copa da França, em 1998, o evento da FIFA passou a contar com 32 seleções, formato que ampliou o total de cidades sedes. Todas as províncias da África do Sul, com exceção do quase desabitado Cabo Oriental, foram representadas por uma cidade sede – uma estratégia custosa, mas destinada tanto a atender demandas políticas internas quanto a exibir a diversidade cultural do país.

Uma Copa do Mundo, o Brasil sabe, começa bem antes do primeiro jogo. O longo processo passa pela escolha do país anfitrião e, depois pela seleção das cidades que sediarão os jogos. A seleção das sedes obedece a uma série de critérios – entre os quais, alguns de caráter técnico, relacionados às vistorias realizadas pela FIFA, que julga os projetos apresentados. Leva-se em conta a estrutura dos estádios: sua capacidade em número de espectadores, as condições do gramado, instalações para torcedores e imprensa, acessibilidade, segurança. Também analisa-se as condições de transporte urbano, adequação da malha aeroportuária, capacidade hoteleira e opções de lazer e turismo. É o tal do “padrão FIFA”...

As Copa de 2014 e de 2018, programada para a Rússia, terão a peculiaridade de ser realizadas em países continentais – o que torna a logística do torneio mais complexa, em virtude das distâncias a serem percorridas pelas equipes, por dirigentes e jornalistas e, ainda, por torcedores. Além disso, por conta da diversidade climática no Brasil, os jogos em Manaus serão realizados sob temperaturas próximas ou superiores a 30º C, com eventuais fortes pancadas de chuvas. Nas cidades sedes do Nordeste (Salvador, Recife, Natal e Fortaleza), as temperaturas também serão elevadas. No centro-sul do Brasil tropical, o inverno é a estação mais seca: por isso, Brasília provavelmente apresentará nível muito baixo de umidade do ar, o que pode afetar os atletas.

Nesta Copa do Brasil, a FIFA solicitou dez cidades sedes, mas o governo federal e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) insistirão na inclusão de mais duas. De um lado, a decisão refletiu conveniências políticas: o desejo de agradar o maior número possível de lideranças estaduais. De outro, decorreu da vontade de exibir a diversidade natural e cultural das regiões do país. Na Região Norte, por exemplo, a escolha de Manaus, em detrimento de Belém, cidade com maior tradição futebolística, gerou intensa polêmica. Brasília, na condição de capital federal, não poderia ficar de fora, apesar de sua escassa importância futebolística. Ninguém se surpreendeu com a seleção do Rio de Janeiro, a cidade mais conhecida do Brasil no exterior, como local onde da partida final.

A Rússia, anfitriã em 2018, tem extensão cerca de duas vezes maior que a do Brasil – e seu território se estende por 11 fusos horários. Geografia, logística e fusos horários determinaram a escolha das cidades sede. Os jogos se darão em 11 cidades: Moscou, São Petersburgo, Kaliningrado, Kazan, Rostov do Don, Samara, Sochi, Saransk, Volgogrado, Ninji Novgorod e Ecaterimburgo.

Todas as sedes localizam-se a oeste dos Montes Urais, à exceção de Ecaterimburgo que fica nos contrafortes orientais dessa cadeia de montanhas que separa a Rússia europeia da Rússia asiática. A parte europeia da Rússia abrange apenas 25% do território, mas abriga aproximadamente 75% da população russa. Prudentemente, a seleção das sedes evitou um pesadelo logístico: nenhuma seleção se deslocará mais de 2 mil quilômetros no trajeto entre duas cidades.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Rússia, EUA e UcrÂnia

Professor não vê possibilidade de ataque, mas destaca a permanência da Rússia como país líder e cita olimpíada de inverno como parte de estratégia política
(Jornal GloboNews, 01/03/2014)
O governo ucraniano pediu ajuda aos Estados Unidos e aos integrantes do Conselho de Segurança para proteger seu território e a equipe de segurança nacional de Barack Obama discutiu as possíveis opções políticas para evitar um confronto. O professor e coordenador dos programas de relações internacionais do IBMEC, José Niemeyer, não acredita num ataque (uma ação direta de OTAN, aliados e norte–americanos), mas destaca que é preciso entender o posicionamento da Rússia no cenário internacional.
“Desde o fim da Guerra Fria, passando pelo momento de guerra ao terror, após o 11 de setembro e a crise econômica de 2008, que envolveu muito a União Europeia e Estados Unidos, o papel dos EUA ainda é preponderante como superpotência. Há cinco anos, a Rússia já começava a usar suas ‘espadas curtas’ em sua ação contra a Geórgia. A Rússia mostrou toda a sua potência militar e os EUA apoiaram a Geórgia via Otan”, explica José Niemeyer.
O professor acredita que é fundamental na região das ex-repúblicas soviéticas que a Rússia permaneça um país líder, e mantenha o orgulho russo para a comunidade internacional. Ele cita ainda a divisão de ucranianos entre a cultura ocidental e a russa.
Sobre os altos gastos na recente olimpíada de inverno, José Niemeyer explica que o evento faz parte de uma estratégia de política externa russa - de atuar tanto no campo do soft power, fazendo uma bela olimpíada, que abre a sociedade russa para outros povos, e ao mesmo tempo endurecendo na sua política externa no que tange os assuntos de segurança regional.
José Niemeyer acrescenta que a Síria também é um país onde a influência russa é clara.

UCRâNIA entenda

Maioria da população da Crimeia é de origem russa; entenda conflito
(Jornal GloboNews, 03/03/2014)
O cientista político e professor de relações internacionais de Escola Superior de Propaganda e Marketing Heni Ozi Cukier explica que a Crimeia se tornou foco de tensão entre Rússia e Ucrânia porque a região nunca pertenceu propriamente à Ucrânia, mas durante a Guerra Fria, ela foi anexada, porque a União Soviética controlava tanto a Ucrânia quanto a Crimeia. E hoje, a maioria da população da Crimeia é de origem russa.
Ucrânia dividida (Foto: GloboNews)
“É um ponto estratégico para os russos, porque você tem uma base naval importante, onde está a frota do mar de saída para o Mar Negro. Para os russos controlarem a Crimeia, é muito fácil. A pergunta-chave é: onde os russos vão parar? Será que eles vão se satisfazer em anexar a Crimeia ou ajudar sua independência, ou vão partir para outras partes da Ucrânia, principalmente o leste, que está muito mais aliado à Rússia?”, questiona o cientista político.
Heni Ozi acrescenta que os russos nunca aceitaram que a Crimeia não fizessem parte de seu território, porque a Crimeia fazia parte da Rússia há muito tempo.

Ucrãnia

Ucrânia vive crise econômica e política; manifestações de rua se radicalizaram desde o fim do ano passado
(Sem Fronteiras, 28/02/2014)
De um lado, uma crise econômica e um país que precisa de empréstimos de US$ 35 bilhões para evitar uma falência estatal; do outro, uma crise política causada por um problema de identidade: se aproximar da União Europeia ou ser parte do plano de Vladimir Putin de construir uma União Eurasiana?
A Ucrânia está dividida: a metade ocidental é pró-europeia, enquanto a metade oriental é mais ligada à Rússia. “Há pelo menos duas culturas que tentam coexistir dentro de uma nação”, destaca o cientista político da Universidade de Rhode Island Nicolai Petro.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Brasil as novas organizações Internacionais

Brasil : Organizações Internacionais : Mercosul : G-20

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    O Brasil e as Organizações Internacionais
           A Preferência Pelo Mercosul
     O Mercosul  é resultado da aproximação política e econômica entre Brasil e Argentina. O bloco econômico  possui ainda como membros o Uruguai e o Paraguai e, mais recentemente, a Venezuela. Chile e Bolívia são membros associados, participando apenas da zona de livre comércio.
      A crescente importância do Mercosul deve-se principalmente à liderança dos brasileiros, que acreditam ser o bloco econômico regional o principal instrumento de negociação política e econômica dos países da América do Sul no cenário mundial.
      A economia brasileira representa cerca de 60% do total do bloco e é três vezes maior que a da Argentina, a segunda mais importante. Em 1991, o comércio internacional entre os sócios fundadores  totalizava aproximadamente  4,5 bilhões de dólares por ano. Em 2000, ultrapassou 15,5 bilhões e, em 2007, a cifra aproximou-se da casa dos 29 bilhões de dólares anuais.
               O Brasil no Mercosul
      Foram necessários apenas dez anos para o Brasil se tornar o principal parceiro comercial de Argentina, Paraguai e Uruguai, superando os Estados Unidos e a União Européia.
      Os  comércios do Paraguai e do Uruguai são os que mais dependem do Mercosul e, principalmente, das relações comerciais com o Brasil.
      Cerca de 55% das exportações do Paraguai são destinadas ao bloco econômico, 40% das quais para o Brasil. Já no Uruguai, a porcentagem de exportações é de 40% para o Mercosul, sendo 35% para o Brasil.
       A Argentina é um pouco menos dependente do Mercosul e do Brasil, sendo 35% de suas exportações destinadas ao bloco, 25% das quais à potência vizinha.
        O crescente sucesso do Mercosul aponta para uma mudança definitiva nas relações entre o Brasil e seus vizinhos na América do Sul. O Brasil parece ter obtido o reconhecimento de sua condição de potência regional e está disposto a promover e a liderar uma maior integração entre todos os países sul-americanos.
                O Brasil e a Alca
      Um dos grandes desafios para a política externa brasileira, nesse início de século XXI tem sido resistir, de forma ponderada e diplomática, aos desejos dos estadunidenses de criar a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). A implantação, prevista para 2005, foi na época adiada para 2007 em decorrência da atuação do Brasil, e as negociações estão paralisadas.
      Para os Estados Unidos, que lideram as relações comerciais, as vantagens da criação da Alca são muitas: eles abririam as portas para um mercado gigantesco, com cerca de 800 milhões de consumidores, aumentando suas exportações  importando mercadorias que não produzem em quantidade suficientes – como algumas matérias-primas e alimentos – por preços bem menores.
     Os representantes do Brasil, porém, receiam que as economias dos países latino-americanos se tornem reféns da poderosa economia estadunidense. Isso significaria mantê-las como meras exportadoras de produtos primários e importadoras de bens industrializados e de tecnologia.
     De acordo com os negociadores brasileiros, a Alca poderia ainda prejudicar as exportações de produtos industrializados dos latino-americanos, como o próprio Brasil, a Argentina, o Chile, a Venezuela e o México, para alguns países da Europa e da Ásia.    
      Esses mercados interessam mais ao Mercosul, por exemplo, que aos Estados Unidos, pois os países europeus e asiáticos não são compradores somente de produtos primários – como é o caso dos Estados Unidos.
              A Liderança Brasileira
     Na liderança, o Brasil pretende unir os países latino-americanos, em uma negociação conjunta com os Estados Unidos para a implantação da Alca. O objetivo é que a organização continental favoreça o desenvolvimento econômico e social da América Latina, e não submeta a região aos interesses econômicos da superpotência mundial.
    Embora os Estados Unidos considerem o Brasil uma peça-chave no novo bloco, já se cogitou a idéia de criar a Alca mesmo sem a adesão brasileira, em razão das dificuldades nas negociações. Se isso acontecesse, o Brasil sofreria um certo isolamento político, econômico e diplomático.
 
             O Brasil e a ONU
    País-membro da ONU desde sua criação, em 1945, o Brasil tem participado das conferências mundiais que abordam problemas globais e propõe soluções.
    Em 1992, a cidade do Rio de Janeiro foi a sede da Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente.  Entre as diversas propostas da Rio-92  -  como a conferência ficou conhecida -, destaca-se a Agenda 21, um conjunto de ações ambientais e sociais que visam ao uso racional dos recursos naturais e ao desenvolvimento sustentável, considerando-se as necessidades das futuras gerações.
     Em 2004 foi realizada na cidade de São Paulo a 11ª reunião da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), com a presença de chefes de Estado e representantes de diferentes nações. A proposta era discutir metas de desenvolvimento e integração ao comércio internacional.
               O Brasil e As Missões de Paz
      Com a intenção de manter a paz entre as nações, a ONU envia tropas e missões a locais de conflitos.  Nos últimos anos, o exército do Brasil tem participado ativamente dessas ações. Em 1999, foram enviadas tropas brasileiras ao Timor Leste, na Ásia, para garantir a independência do país. Desde 2004, o Brasil lidera as forças de paz da ONU,   no Haiti.
      Mediante essas ações  no Haiti, o governo brasileiro tem feito esforços para a criação de mais vagas permanentes no Conselho de Segurança da ONU. Com o objetivo de conquistar uma vaga permanente, o Brasil busca o apoio político de países subdsenvolvidos, mantendo estreitas relações diplomáticas com potências regionais, como a Índia, na Ásia, e a África,  países que também desejam vagas permanentes no Conselho de Segurança.
                O Brasil e o G-20
      Com a liderança consolidada na América do Sul, a política externa brasileira se volta para alcançar mais espaço político e econômico para o Brasil no cenário mundial. A estratégia adotada é a aproximação com os países subdesenvolvidos. Em setembro de 2003, por exemplo, a reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio) em Cancun, no México, o Brasil liderou o grupo de países intitulado G-20, que pressionou os países ricos para impedi-los de impor seus interesses comerciais aos mais pobres.
      A ação do G-20 levou a reunião da OMC a um impasse. Nenhuma nova regra comercial foi votada, e os países subdesenvolvidos conseguiram, pelo menos, demonstrar maior organização e união. O G-20 se constitui em uma nova forma de representação em bloco, baseada na parceria e na cooperação.
                     Os Interesses Brasileiros e o G-3
      Nos últimos anos, os representantes do Brasil têm procurado ampliar as relações diplomáticas e econômicas com alguns países do G-20. As mais importantes aproximações ocorreram com a Índia e a África do Sul, levando à criação do G-3.
     Os três países desse grupo possuem muitos interesses comuns. Entre eles, como vimos, está o de ocupar as futuras vagas permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
    Com a Índia, além da parceria diplomática, vêm sendo realizadas parcerias principalmente na área aeroespacial e nuclear. Entre o Brasil e esse país são desenvolvidos importantes programas de cooperação científica e tecnológica, com grande intercâmbio de pesquisadores e técnicos. A aproximação com a África do Sul é mais recente. Os dois países buscam oportunidades para ampliar suas relações comerciais. Em 2000, chegou a ser cogitada a possibilidade de os sul-africanos ingressarem no Mercosul, mas as negociações não evoluíram. 
   Outro país do G-20 que interessa muito aos governantes do Brasil é a China, que tem o maior mercado consumidor do mundo. Desde a década de 1970, quando as relações diplomáticas entre os dois países foram retomadas, estabeleceram-se diversos acordos comerciais e programas de cooperação, com destaque para os setores agropecuário, de produção e de lançamentos de satélites. Os chineses são os maiores compradores de soja brasileira e usam a Base Espacial de Acântara, no Maranhão, para efetuar lançamentos de satélites e foguetes. 




Figura : Encontro Ministerial do G-20, Brasília (DF, 2003). Sob a liderança do Brasil, o G-20 impediu que os países ricos votassem regras comerciais prejudiciais aos países pobres na reunião da OMC em 2003. 


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Outras organizações

Abaixo, algumas das mais relevantes organizações internacionais:

ONU - Organização das Nações Unidas

Foi criada pelos países vencedores da 2ª Guerra Mundial e tem como principal objetivo manter a paz e a segurança internacionais. Proíbe o uso unilateral da força, prevendo contudo sua utilização - individual ou coletiva - para defender o interesse comum dos seus países-membros. Seu principal objetivo é manter a segurança internacional e pode intervir nos conflitos não só para restaurar a paz, mas também para prevenir possíveis enfrentamentos. Também incentiva as relações amistosas entre seus membros e a cooperação internacional.
UNESCO - Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura
Foi criada em 1945 pela Conferência de Londres e tem como objetivo contribuir para a paz através da educação, da ciência e da cultura. Visa eliminar o analfabetismo e melhorar o ensino básico, além de promover publicações de livros e revistas, e realizar debates científicos. Desde 1960, atua também na preservação e restauração de espaços de valor cultural e histórico.

OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

É um fórum internacional que articula políticas públicas entre os países mais ricos do mundo. Fundada em 1961, substituiu a Organização Europeia para a Cooperação Econômica, criada em 1948, no quadro do Plano Marshall. Sua ação, além do terreno econômico, abrange a área das políticas sociais de educação, saúde, emprego e renda.

OMS - Organização Mundial da Saúde

É uma agência especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à ONU. Sua sede é em Genebra, na Suíça. Tem como objetivo principal o alcance do maior grau possível de saúde por todos os povos. Para tanto, elabora estudos sobre combate de epidemias, além de normas internacionais para produtos alimentícios e farmacêuticos. Também coordena questões sanitárias internacionais e tenta conseguir avanços nas áreas de nutrição, higiene, habitação, saneamento básico, etc.

OEA - Organização dos Estados Americanos

Criada em 1948, com sede em Washington (EUA), seus membros são as 35 nações independentes do continente americano. Seu objetivo é o de fortalecer a cooperação, garantir a paz e a segurança na América e promover a democracia.

OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte

Foi criada em 1949, no quadro da guerra fria, como uma aliança militar das potências ocidentais em oposição aos países do bloco socialista. Formada inicialmente por EUA, Canadá, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Reino Unido, a OTAN recebeu a adesão da Grécia e da Turquia (1952), da Alemanha (1955) e da Espanha (1982). Depois do fim da URSS, passou a ser uma organização de defesa dos países membros do Hemisfério norte, e não mais uma organização de defesa do capitalismo de quando foi criada.

BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento

Com o objetivo de conceder empréstimos aos países membros, o BIRD, também conhecido como Banco Mundial, oferece financiamento e assistência técnica aos países menos avançados, a fim de promover seu crescimento econômico. É formado por 185 países-membros e iniciou suas atividades auxiliando na reconstrução da Europa e da Ásia após a Segunda Guerra Mundial.

FMI - Fundo Monetário Internacional

Criado para promover a estabilidade monetária e financeira no mundo, oferece empréstimos a juros baixos para países em dificuldades financeiras. Em troca, exige desses países que se comprometam na perseguição de metas macroeconômicas, como equilíbrio fiscal, reforma tributária, desregulamentação, privatização e concentração de gastos públicos em educação, saúde e infraestrutura.

OMC - Organização Mundial do Comércio

Trata das regras do comércio entre as nações. Seus membros negociam e formulam acordos que, depois, são ratificados pelos parlamentos de cada um dos países-membros. Tem como objetivo desenvolver a produção e o comércio de bens e serviços entre países-membros, além de aumentar o nível de qualidade de vida nesses mesmos países.

OIT - Organização Internacional do Trabalho

Tem representação paritária de governos dos seus 182 Estados-membros e de organizações de empregadores e de trabalhadores. Com sede em Genebra, Suíça, a OIT possui uma rede de escritórios em todos os continentes. Busca congregar seus membros em torno dos seguintes objetivos comuns: pleno emprego, proteção no ambiente de trabalho, remuneração digna, formação profissional, aumento do nível de vida, possibilidade de negociação coletiva de contratos de trabalho, etc.

Blocos Econômicos e Organizações Internacionais

Blocos Econômicos e Organizações Internacionais

Mapa destacando os principais blocos econômicos do planeta
Mapa destacando os principais blocos econômicos do planeta
Os acordos internacionais têm como objetivo criar organismos que dinamizem as relações comerciais, sociais e políticas entre os países membros. Essas organizações estão presentes em todas as partes do planeta, atuando em forma de blocos econômicos, países que discutem a economia global, órgão que estabelece regras e acordos para o comércio internacional, grupo de nações que visa controlar a produção e venda de um determinado produto, etc.
Os blocos econômicos, por exemplo, são formados para reduzir e/ou eliminar as tarifas alfandegárias, intensificando, assim, a importação e exportação de produtos. Já a OEA (Organização dos Estados Americanos) visa garantir a paz e a segurança continental; a OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo), por sua vez, controla a produção e a exportação de petróleo.
Nessa seção, que disponibiliza textos sobre diferentes blocos econômicos e as mais variadas organizações internacionais, o leitor poderá se inteirar sobre a formação, as características, atuação, entre outros elementos referentes ao assunto.
Entre os artigos disponibilizados estão:
UE – União Europeia.
ALCA – Área de Livre Comércio das Américas.
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul.
NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte.
APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico.
CEI – Comunidade dos Estados Independentes.
OMC – Organização Mundial do Comércio.
OEA – Organização dos Estados Americanos.
OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
 
Artigos de "Blocos Econômicos e Organizações Internacionais"

Guerra Biológica

guerra biológica ocorre quando são usadas toxinas biológicas ou agentes infecciosos, como bactérias, vírus ou fungos, com o intuito de incapacitar ou matar seres humanos, animais ou plantas. Armas biológicas (ou bio-armas) são organismos vivos ou replicados, à partir de vírus que se reproduzem, ou se replicam, dentro das vítimas hospedeiras. O uso de insetos também é considerado um ato de guerra biológica.
guerra biologicaEssas armas podem ser empregadas de várias maneiras para a obtenção de vantagens técnicas ou estratégicas sobre um adversário, tanto como ameaça quanto como o seu uso de fato. Assim como algumas armas químicas, as armas biológicas também podem ser usadas como uma forma de se evitar o progresso de inimigos sobre uma grande porção de terra. Esses agentes biológicos podem ser não-letais quanto letais, e podem ser direcionados contra um único indivíduo, a um grupo de pessoas, ou até mesmo contra uma população inteira. Quando armas biológicas são usadas por grupos independentes, é um caso de bioterrorismo.
As ações militares biológicas, assim como a produção em massa, estocagem e uso de armas bio-armas, foram proibidas em 1972, pela Convenção de Armas Biológicas. A lógica por trás desse tratado, que foi assinado e acordado por 165 países, é evitar que um ataque biológico fosse realizado, o que poderia consequentemente resultar num número inimaginável de vítimas civis, o que também causaria uma ruptura massiva nos sistemas econômicos e na infraestrutura social. Muitos países, inclusive os que assinaram o tratado, buscam formas de se protegerem contra um possível ataque com armas biológicas.
Taticamente, as armas biológicas têm dois problemas primordiais. O primeiro é o fato dos agentes biológicos precisarem de um período até que seus hospedeiros possam sofrer com a sua presença, o que não evitaria o avanço inimigo tão rápido quanto se desejaria numa área de conflito. Além disso, não é possível conter os agentes biológicos a afligir apenas os alvos, pois eles podem facilmente ser transmitidos para civis, podendo ser levados por seus hospedeiros para qualquer parte do mundo Em termos de poder de destruição, armas biológicas são consideradas mais destrutivas que as nucleares, as químicas e, claro, as convencionais, seja pelo seu preço inferior de produção e estocagem ou pela sua propriedade contagiosa.

História

Através dos tempos, formas rudimentares de armas biológicas têm sido usadas de alguma forma. Muitos desses exemplos vêm até mesmo da antiguidade. Durante o século VI a.C., os Assírios envenenaram fontes de água inimigas com fungos que provocavam delírios naqueles que o ingeriam. Em 184 a.C, Aníbal de Cartago ordenou que potes com cobras venenosas fossem jogados nos decks de navios pergameses.
Registros históricos detalham o uso de carcaças infectadas de animais mortos sendo usadas em fontes de água. Em 1346, os corpos de guerreiros mongóis da Horda de Ouro, que haviam morrido de praga, foram jogados por cima das muralhas da cidade sitiada de Caffa. Muitos estudiosos suspeitam desse ato ter desencadeado uma série de infecções contagiosas que acabaria por desencadear a Peste Negra na Europa. Suspeita-se, também, que os povos nativos americanos tenham sido infectados com o uso de agentes biológicos pelos colonizadores europeus.
Mais recentemente, durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão iniciou um massivo desenvolvimento de armas biológicas, chegando a usar civis chineses como cobaias. Apesar dos testes terem sido um fracasso e acabando por ser descontinuados, estima-se que os japoneses infectaram aproximadamente 600 mil indivíduos chineses.
Pesquisas importantes no ramo da guerra biológica foram feitas durante o período da Guerra Fria, pelos americanos, russos e, muito provavelmente, por outras grandes nações, apesar de tais armas nunca terem sido de fato usadas. A despeito dessa afirmação, a China e Coréia do Norte chegaram a acusar os Estados Unidos de realizarem enormes testes de campo durante a Guerra da Coréia (de 1950 a 1953), mas essa acusação nunca foi comprovada. Desde 1969, as leis americanas impedem o uso de armas biológicas, sob qualquer circunstância. Em 1972 foi assinada a Convenção das Armas Biológicas, quando, transparentemente, americanos e russos destruíram seus estoques de bio-armas. Hoje, suspeita-se que 9 países ainda possuem um arsenal biológico, entre eles estão Rússia, o Irã, a Síria e a Coréia do Norte.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

FUSO HORÁRIO

Os fusos horários foram criados por meio de uma reunião de 24 países, em 1884, na cidade de Washington. Nessa ocasião, estabeleceram-se 24 fusos de uma hora, tendo como referência o tempo em que o planeta Terra leva para dar uma volta completa em torno do seu próprio eixo, aproximadamente 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos). Nesse sentido, a partir da divisão da circunferência da Terra (360°) por 24, obtém-se a medida de cada fuso horário: 15°.
O Meridiano de Greenwich é o marco inicial (0°). Conforme se desloca para leste ou oeste de Greenwich, os fusos são alterados. Partindo do princípio de que a Terra gira de oeste para leste, os fusos a leste de Greenwich têm as horas adiantadas (+). Já os fusos situados a oeste têm as horas atrasadas (-) em relação à hora de Greenwich.
O Brasil apresenta grande extensão territorial. No sentido leste-oeste, o país possui 4.319,4 quilômetros, fato que proporciona a existência de quatro fusos horários distintos no Brasil.
Durante muitos anos, o país adotou esses quatro fusos diferentes, entretanto, em 2008, foi aprovada, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma lei proposta pelo senador Tião Viana (PT – AC) para reduzir um fuso horário na região Norte. Nesse sentido, o extremo oeste do território brasileiro (localizado a -75° Oeste do Meridiano de Greenwich) teve seu horário adiantado em uma hora, estabelecendo o mesmo horário do fuso -60°. Essa medida teve como principal objetivo adequar os horários dos programas televisivos exibidos em rede nacional.
Veja como era e como ficou o fuso horário do Brasil em relação ao horário de Brasília.

A alteração no fuso horário brasileiro
Portanto, os estados brasileiros seguem os seguintes horários de acordo com o novo fuso:

Fernando de Noronha (PE): - 2 horas em relação ao Meridiano de Greenwich;

Estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Amapá e Pará: - 3 horas em relação ao Meridiano de Greenwich;

Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Roraima e Acre: - 4 horas em relação ao Meridiano de Greenwich.
 
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O Mist é um grupo de economias que se notabiliza por altas taxas de crescimento, disciplina fiscal e monetária e constante promoção do ambiente de negócios
O termo Brics – sigla que se refere ao grupo de países em desenvolvimento composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, que por uma década foi pronunciado à exaustão como promessa de crescimento e retorno aos investidores, está a um passo de ter um concorrente. O motivo é a ascensão de outro time de emergentes que atende pelo apelido de Mist: México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia (). Esses países crescem mais, passaram nos últimos anos por turbulências econômicas menos profundas e possuem menos burocracia. Em suma, são hoje vistos como um novo oásis num mercado frustrado por perdas na Europa, nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil e na China. Jim O'Neill, presidente do Goldman Sachs Asset Management (GSAM) e criador da alcunha Brics, é considerado o autor, mesmo que involuntariamente, da nova sigla. "Muitos pensam que criei esse acrônimo, mas ele nasceu do fato de eu ter definido, cerca de quinze meses atrás, onze novos países como economias promissoras. Como, do grupo de onze, os quatro são os que mais se destacaram, jornais disseram que havia criado o conceito de Mist. Achei engraçado", disse em entrevista ao site de VEJA.

Mist: as novas potências que hoje ofuscam os Brics

Desaceleração dos BRICS abre espaço para um novo grupo de promessas econômicas formado por México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia

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México: junto com os EUA na dor e na sorte

Maquinista trabalha na montagem de uma turbina em Tijuana, México A dependência econômica do México em relação a seu vizinho, os Estados Unidos, foi sua maior dor nos últimos anos, mas também sua maior sorte. Após quatro anos sombrios, a economia americana dá sinais cada vez mais claros de recuperação – e o México se beneficia quiçá mais dessa nova realidade que os próprios americanos.
Enquanto a expectativa para a expansão do PIB dos EUA em 2012 é de 2%, o México deverá crescer 4%. O país também colhe os frutos de investimentos em infraestrutura e privatizações feitas na década de 1990. Ainda que controversas – já que, em alguns casos, criaram verdadeiros oligopólios, como no setor de telecomunicações –, as privatizações propiciaram ao país um ambiente de crescimento menos atravancado que o do Brasil. Além disso, a própria influência da Casa Branca faz com que o governo mexicano interfira pouco na economia do país, o que proporciona um ambiente de estabilidade aos investidores. A taxa de juros no México permanece inalterada em 4% ao ano desde 2008.
Contudo, o principal ativo mexicano é hoje justamente a conjuntura econômica chinesa. Com a valorização do yuan e o aumento dos custos trabalhistas, a China está deixando de ser o país mais barato para se produzir, sobretudo para os EUA – seu maior parceiro de manufatura. "O México sofreu um baque quando a China se tornou o maior exportador para os Estados Unidos. Agora que a China não está mais tão barata assim, o México vai se beneficiar", diz Jim O'Neill, ao explicar porque o país latinoamericano é seu "MIST" preferido. O fácil acesso ao mercado interno dos EUA e a proximidade geográfica fazem do México uma nação mais atrativa aos negócios do que o Brasil, diz a Economist Intelligence Unit (EIU).
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O'Neill – que não utiliza mais o termo “economias emergentes” para se referir aos BRICS por achar que elas "já emergiram" – criou o grupo dos onze incluindo nações que, anos atrás, não seriam nem lembradas como promessas de ganho aos investidores. Além do Mist, o economista escolheu Bangladesh, Egito, Irã, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Vietnã como mercados que, juntamente com os BRICS, se tornariam as maiores economias do século XXI. De acordo com as estimativas do executivo, Brics e Mist terão juntos um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 12 trilhões de dólares ao fim desta década em termos reais – dois terços provenientes dos Brics e um terço do total vindo da China. “Os Brics são muito importantes e ainda não se pode compará-los com os MIST”, afirma O’Neill.
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Comparações à parte, a expansão econômica de México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia é inegável, enquanto o mundo desenvolvido agoniza em recessão ou estagnação econômica, e muitos emergentes veem seu dinamismo se esvair claramente. “Os países do MIST estão ganhando visibilidade por causa da desaceleração dos Brics. Brasil, Índia e China estão experimentando taxas de crescimento abaixo do previsto neste ano, não apenas devido ao ciclo econômico, mas também porque tomaram medidas que não foram tão bem recebidas pelos mercados”, afirma Christopher Garman, diretor de estratégia de mercados emergentes da Eurasia Group. No caso do Brasil, em particular, ele diz que o investidor está pessimista, sobretudo, com o baixo crescimento – que deve encerrar o ano em 1,75% segundo previsões do mercado financeiro. Contudo, ele lembra que os mesmos investidores avaliam que os esforços da presidente Dilma Rousseff para estimular o PIB – tais como os pacotes que têm sido anunciados e as medidas para ajudar a indústria – mostram uma “luz no fim do túnel”.
 
Ciclos – O surgimento de levas de países que dão um salto rumo ao desenvolvimento não é fato isolado na história da economia global. Os Estados Unidos e o Japão, por exemplo, já foram nações emergentes que surpreenderam o mundo com seu vigor. Olhar para além dos Brics pode ser considerado, portanto, algo natural. “Muitos investidores começam a olhar para histórias de crescimento fora dos BRICS, e alguns fundos estão apostando em países do segundo escalão dos emergentes”, conta Garman. “O Mist reúne essencialmente os maiores países depois dos Brics”, completa. Apesar de economistas e investidores falarem dessa seleção de países há dois anos, tal predileção ganhou adeptos nos últimos meses por conta do agravamento da crise financeira europeia e seu impacto nos emergentes dos Brics – com destaque para o vexame brasileiro.


Ambiente de negócio – Além do fato de serem países em desenvolvimento com economias fortes – todos fazem parte do G20, o grupo das vinte maiores economias do planeta –, as principais características que unem os Mist são mercado consumidor atrativo e o fato de estarem melhorando constantemente seu ambiente de negócios. “Isso faz com que investidores os vejam como lugares para se investir no longo prazo, inserindo-os em um portfólio global diversificado”, diz a analista da Economist Intelligence Unit (EIU), Justine Thody.
É inegável, porém, a atração que exercem dados que comprovam pujança econômica sobre estrategistas e investidores globais. México e Indonésia, por exemplo, cresceram, respectivamente, 4,1% e 6,4% no segundo trimestre deste ano na comparação com igual período de 2011 – contra míseros 0,8% do Brasil. O mais impressionante, na visão do mercado, é que tais números se apresentem num momento em que o mundo patina e grande parte dos países revisa para baixo suas previsões para o PIB.
Disciplina macroeconômica – Alfredo Coutiño, diretor da Moody’s Analytics para a América Latina, explica que essa expansão “fora da curva” é resultado basicamente da disciplina macroeconômica (fiscal e monetária) dos governos do MIST, além da constante promoção dos negócios com melhoria da regulação, oferta de segurança jurídica e abertura ao mercado internacional. “O ponto em comum entre os quatro é que eles são gerenciados por equipes econômicas com filosofia pró-mercado, o que dá segurança e deixa os investidores felizes”, afirma.
Ressalvas – Mesmo com a popularização recente, o novo elenco enfrenta certa resistência por parte de alguns economistas.  Alguns acreditam que Brasil, China e Índia logo recuperarão o fôlego e retomarão o centro das atenções. Outros apontam que os fundamentos que sustentam esse crescimento vultoso do Mist são temporários. Coutiño destaca que, ainda que México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia suportem elevadas taxas de ampliação do PIB por vários anos, seu conjunto é ainda pequeno para substituir o papel dos BRICS como locomotivas da economia internacional. Somente o Produto Interno Bruto somado de Brasil, Rússia, Índia e China é quase quatro vezes maior que o do MIST: 13,5 trilhões de dólares contra 3,9 trilhões de dólares (
quadro comparativo dos BRICS e dos 'MIST'