quarta-feira, 5 de março de 2014

Rússia, EUA e UcrÂnia

Professor não vê possibilidade de ataque, mas destaca a permanência da Rússia como país líder e cita olimpíada de inverno como parte de estratégia política
(Jornal GloboNews, 01/03/2014)
O governo ucraniano pediu ajuda aos Estados Unidos e aos integrantes do Conselho de Segurança para proteger seu território e a equipe de segurança nacional de Barack Obama discutiu as possíveis opções políticas para evitar um confronto. O professor e coordenador dos programas de relações internacionais do IBMEC, José Niemeyer, não acredita num ataque (uma ação direta de OTAN, aliados e norte–americanos), mas destaca que é preciso entender o posicionamento da Rússia no cenário internacional.
“Desde o fim da Guerra Fria, passando pelo momento de guerra ao terror, após o 11 de setembro e a crise econômica de 2008, que envolveu muito a União Europeia e Estados Unidos, o papel dos EUA ainda é preponderante como superpotência. Há cinco anos, a Rússia já começava a usar suas ‘espadas curtas’ em sua ação contra a Geórgia. A Rússia mostrou toda a sua potência militar e os EUA apoiaram a Geórgia via Otan”, explica José Niemeyer.
O professor acredita que é fundamental na região das ex-repúblicas soviéticas que a Rússia permaneça um país líder, e mantenha o orgulho russo para a comunidade internacional. Ele cita ainda a divisão de ucranianos entre a cultura ocidental e a russa.
Sobre os altos gastos na recente olimpíada de inverno, José Niemeyer explica que o evento faz parte de uma estratégia de política externa russa - de atuar tanto no campo do soft power, fazendo uma bela olimpíada, que abre a sociedade russa para outros povos, e ao mesmo tempo endurecendo na sua política externa no que tange os assuntos de segurança regional.
José Niemeyer acrescenta que a Síria também é um país onde a influência russa é clara.

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